Devido às correrias da semana passada, eu minha esposa não conseguimos escrever muita coisa aqui. A prioridade foi configurar o blog, apresentá-lo e postar as dicas que julgamos fundamentais para quem está pensando no processo emigratório. Hoje gostaria de escrever resumidamente como tudo começou, como surgiu a idéia da emigração, e como essa se desenvolveu com o passar do tempo.
Começamos o ano passado não muito bem profissionalmente. A minha esposa estava desempregada e eu frustrado com algumas coisas do meu trabalho. Particularmente, ela já vinha sofrendo há bastante tempo com subempregos, “sub-salários” e falta de perspectivas de crescimento e realização profissional. Foi quando ela recebeu uma sugestão do seu irmão, que mora em Londres, para tentarmos a sorte por lá.
No início, rechaçamos a idéia por julgar não muito legal trocarmos as nossas carreiras no Brasil (como profissionais formados em nível superior), para trabalharmos em atividades de menor qualificação, concorrendo com milhares de imigrantes legais e ilegais que vivem na Europa. Foi quando surgiu a recordação de alguns casais de amigos da Ale que já estão lá em Quebec, além de outro casal aqui de Curitiba que recentemente havia feito um intercâmbio no Canadá. Passamos, então, a considerar essa hipótese...
Pouco tempo depois, estivemos reunidos com dois casais (sendo um deles o casal do intercâmbio), tomando um lanche e batendo um papo. O assunto convergiu para o processo imigratório do Quebec. Eu e minha esposa não sabíamos quase nada a respeito, mas os outros amigos tinham uma noção maior do assunto, o que fez com que essa fosse a nossa primeira “aula” sobre a questão. Soubemos, por exemplo, das palestras promovidas pelo Escritório do Quebec.
Passado esse encontro, eu e a Ale procuramos nos informar mais sobre o assunto consultando o maior “sábio” do planeta: o Google. Reunimos muita informação em sites, blogs, fóruns, etc, além de participarmos da primeira palestra possível, na PUC-PR. A idéia “amadureceu” (e continua amadurecendo), e com ela a nossa percepção e expectativas quanto à vida no Quebec.
A Ale mudou o seu foco profissional, empregou-se e hoje tem melhores perspectivas que no início desta história. Eu, vou indo... Muitos dos velhos problemas persistem, mas tenho aprendido viver um dia de cada vez, me preocupando apenas com o “leão que eu tenho que matar” hoje, deixando os outros reservados para o amanhã... (risos).
Mas, então, por que emigrar? Ontem nos disseram: “Com um emprego legal, muito $ no bolso, vocês não vão precisar mais sair, ficando muito bem por aqui”. Parece lógico, não?! Para nós não. Ao mesmo tempo que estas linhas são escritas, a TV está ligada na Globo News, onde se debatem as “ajudinhas” que o Governo dá a alguns “privilegiados”, o assistencialismo, a ineficiência da máquina estatal, etc. Qualquer site de notícias ou telejornal que vejamos, está fartamente “recheado” de crimes e mortes. E eu já antevejo uma bombástica denúncia de corrupção no Fantástico à noite, como sempre acontece...
Plenamente conscientes que nenhum lugar é perfeito, voltamos à pergunta: “Mas, então, por que emigrar?” Para nós a resposta parece bastante lógica: qualidade de vida e uma sociedade mais justa.
E quando tudo isso vai acontecer? Provavelmente o processo leve dois ou mais anos até podermos nos mudar. Sinceramente, um exercício de paciência e persistência, mas uma oportunidade de aprendizado.
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